Cerca de 1500 estudantes de escolas e universidades de todo o país uniram-se aos trabalhadores na VI Marcha da classe trabalhadora em Brasília. "Além da redução da jornada de trabalho, também demarcamos a defesa do Pré-sal, para que sua riqueza seja revertida aos interesses nacionais e repartida com todo o povo brasileiro", declarou Augusto Chagas, presidente da UNE. Uma das prioridades da entidade é que 50% dos recursos do Fundo do Pré-sal sejam destinados à Educação. "A unidade dos movimentos sociais é simbólica e demonstra maturidade. Com certeza vai garantir mais direitos à classe".
Centrais sindicais e integrantes de movimentos sociais promoveram nesta quarta-feira,
A pauta principal da VI Marcha Nacional da Classe Trabalhadora é a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem diminuição do salário. As centrais definiram também outros eixos unificados de reivindicações: a exigência que o Congresso aprove o PL 01/07, que garante a política de valorização do salário mínimo; um novo marco regulatório para o pré-sal, que garanta soberania nacional sobre a exploração e o uso dos recursos, destinando-os à Educação e políticas públicas de combate às desigualdades sociais e regionais; atualização dos índices de produtividade da terra e aprovação da PEC 438/01 contra o trabalho escravo; ratificação das Convenções 151 e 158 da OIT; aprovação do PL sobre a regulamentação da terceirização e combate à precarização nas relações de trabalho.
“Conseguimos demarcar na Marcha a defesa do Pré-sal, para que a riqueza que proveniente da exploração seja revertida aos interesses nacionais e repartida com todo o povo brasileiro”, afirmou Augusto Chagas, presidente da UNE, mencionando a campanha prioritária da entidade no último período. A proposta da UNE é que 50% do Fundo do Pré-sal sejam investidos na Educação. Sobre o evento, que reuniu cerca de 50 mil brasileiros no Distrito Federal, Chagas comentou a união das centrais. “A marcha de 2009 demonstra maturidade, que com certeza vai garantir mais direitos para os trabalhadores do Brasil”.
E as centrais também reconhecem que a unidade do movimento traz mais conquistas . "Esta unidade das centrais sindicais tem avançado e a CTB reforça a necessidade de realizarmos uma nova Conclat (Conferência da Classe Trabalhadora)”, comentou Wagner Gomes, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil). Ele afirma que evento seria um grande encontro das centrais, capaz de ampliar os avanços na defesa de um projeto de desenvolvimento com valorização do trabalho e distribuição de renda.
“Mais de 43 milhões de brasileiros vivem com um salário mínimo, sendo 18 milhões de aposentados. Esse povo espera e quer que o Congresso aprove a política de valorização do salário mínimo, que foi fruto da mobilização das centrais, para garantir que a valorização do mínimo permaneça até 2023, fazendo com que isso não seja uma política apenas do governo Lula, mas também de Estado”, defendeu o presidente nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Artur Henrique.
Enquanto as lideranças sociais ainda comandavam o ato político em frente ao Congresso, os presidentes e outras lideranças das seis centrais sindicais foram recebidos pelo presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP). Sobre a redução da jornada sem redução de salário, cuja PEC está à espera de votação em plenário da Casa, Temer afirmou que se trata de uma matéria polêmica, sem dúvida. “Simplesmente marcar uma data para votação em plenário não dá certo. O que eu quero é fazer sentar deputados que representam o grupo contrário à medida e os favoráveis, mais as centrais sindicais, e encontrar um caminho para encaminhar o tema com entendimento entre os líderes partidários", disse. Ele prometeu instalar uma espécie de comissão de deputados e centrais para elaborar uma forma de encaminhar a PEC ao plenário com grande possibilidade de aprovação. Já o presidente do Senado, José Sarney, em uma audiência relâmpago, garantiu colocar a ratificação da convenção 151 para votação, com prioridade. A 151, que estabelece a negociação sindical e coletiva permanente no serviço público, já foi ratificada pela Câmara.
Da Redação, com informações da CUT e CTB.
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