Reajuste de 12% no preço da passagem de ônibus leva às ruas centenas de estudantes
Cerca de 450 estudantes saíram em passeata no início da tarde desta sexta-feira, 7, na capital de Santa Catarina,para protestar contra reajuste abusivo do preço da passagem de ônibus – que passou de R$ 2,80 para R$ 3,12, um aumento de 12%-. Reunidos na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), os manifestantes rumaram para o centro de Florianópolis com faixas e cartazes chamando a atenção dos passantes e mostrando que a luta é de toda a população.
“É um absurdo. Os empresários dos transportes alegam que precisaram fazer o reajuste para conceder aumento salarial aos trabalhadores. Ou seja, desse modo a usuário é quem paga, ao invés de a prefeitura aumentar os subsídios do transporte”, afirmou Carina Vitral, aluna de economia da UFSC.
A redução das tarifas de transporte é uma pauta antiga do movimento estudantil em Santa Catarina. Militantes logo se lembram da Revolta da Catraca, que aconteceu em 2004 na capital do estado e provocou grande mobilização popular contra o aumento das tarifas dos ônibus urbanos. “O ato foi importante porque trouxe à tona novamente o transporte coletivo, que deve sofrer reajuste no próximo domingo”, disse Gustavo Dall’Agnol, que cursa Relações Internacionais na UFSC e estava na manifestação.
Ele aponta que houve certa repressão da polícia quando chegaram ao centro. E critica também as “desculpas” usadas pelos donos das empresas concessionárias. “Reivindicamos também a municipalização do transporte público, que hoje fica na mão de meia dúzia de empresários que definem as políticas. Eles justificam o aumento para suprir o reajuste salarial, mas quem recebeu 12% a mais no salário?”, provoca.
Sobre a Revolta da Catraca
A primeira Revolta da Catraca foi em 2004 também pedindo redução da passagem. Na ocasião milhares de pessoas, de diversos segmentos sociais, foram às ruas, fecharam as pontes que ligam a ilha ao continente, realizaram assembleias, enfrentaram a polícia, até que conseguiram que a tarifa retornasse ao preço anterior.
Em 2005, o aumento se repetiu e as mobilizações também, com mais intensidade e mais impacto sobre a cidade. A tarifa de novo foi reduzida.
Da Redação.
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