Cerca de 500 lideranças de todo o país estão reunidas no Rio de Janeiro para aprovar a posição política da UNE nas eleições. Temas de interesse dos estudantes serão debatidos até domingo, 25 .
Diante de um auditório lotado, o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Augusto Chagas, abriu oficialmente na manhã desta quinta-feira o 58º CONEG (Conselho Nacional dos Estudantes). O encontro acontece até domingo, 25, no Centro Tecnológico da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e reúne cerca de 500 lideranças estudantis de todo o Brasil, representantes de DCEs, Uniões Municipais e Estaduais dos Estudantes, além de Federações e Executivas de cursos.
A mesa de abertura reuniu autoridades em torno da reivindicação do movimento estudantil por uma nova lei do petróleo, com destinação de 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a Educação. Um percentual “justo e possível” na avaliação do presidente da UNE. A cota está prevista em emenda que tramita no Congresso Nacional, assinada pela senadora Fátima Cleide, presidente da Comissão de Educação do Senado. “Vamos lutar juntos pela aprovação”, defendeu Caio Varela, que representou a senadora no CONEG.
O presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET), Fernando Siqueira, explicou, de forma técnica, a importância da descoberta do Pré-Sal. “Em pouco tempo a demanda por petróleo vai superar de forma drástica a oferta e o Brasil vai ter um poder de barganha muito grande”, disse. O problema, segundo ele, é que de acordo com a legislação atual a União fica com apenas 20% da renda gerada pela produção de petróleo. A maior fatia vai para consórcios estrangeiros através dos leilões. “Precisamos dos brasileiros nas ruas. A UNE foi o baluarte da campanha do petróleo na década de 50. E tem a chance de repetir o fato histórico”, concluiu.
Além da UNE, a ideia da retomada do monopólio estatal sobre a exploração do petróleo também é defendida pela UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) e Associação Nacional dos Pós-Graduandos (ANPG). Segundo Yann Evanovick, presidente da UBES, “não podemos deixar acontecer com o Pré-Sal o que houve com outros ciclos econômicos como o Pau-Brasil, quando a riqueza não foi distribuída”. A presidente da ANPG, Elisangela Lizardo, acrescenta que “é necessário criar um só discurso, em defesa da educação, em defesa do Brasil. Vamos juntos, de mãos dadas”, concluiu, parodiando o poeta Carlos Drummond de Andrade.
O diretor da Federação Única dos Trabalhadores (FUP), Abílio Tozini, engrossou o coro. Para ele, “o atual modelo entrega nossas riquezas para as multinacionais. Não podemos mais permitir isso”. Waldir Gallo, que representou a ANP (Agência Nacional do Petróleo), considerou que “a discussão é salutar e precisa ser feita de maneira ampla”.
O encontro também teve a participação do presidente do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), Joaquim Neto, e do diretor executivo da CONTEE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino), José Carlos Padilha.
O presidente da Associação dos Dirigentes de Instituições de Ensino Superior (ANDIFES), Alan Kardec, reforçou o apoio à UNE. “Os reitores de todo o país estão com vocês”, afirmou. E o coordenador nacional da Campanha pelo Direito à Educação, Maurício Fabião, lembrou: “quando os movimentos sociais se UNEm, a direita treme!”.
Por Patrícia S
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