No ano de 1949, o Brasil passava por grandes transformações. Recém saído de uma ditadura de 15 anos de Getúlio Vargas, o país experimentava a democracia. Neste ano, comemorava-se o centenário de nascimento de Ruy Barbosa, e na semana de seu aniversário, foi chamado um congresso estadual dos estudantes, com o objetivo de criação e organização da União Catarinense dos Estudantes (UCE).
Hoje, passados 60 anos, muitas foram as conquistas na trajetória em defesa dos direitos dos estudantes e do povo catarinense. A UCE, já em 1964, teve sua primeira perseguição política, quando o então presidente da entidade, o acadêmico de direito Rogério Queiróz, foi retirado da presidência pela Ditadura Militar. Neste período, o jornal “Reforma” da UCE circulava entre os acadêmicos no estado para organizar a resistência aos golpistas.
Em 1979, quando o presidente do Brasil, general Figueiredo, visitou a capital catarinense, a entidade foi protagonista na mobilização de mais de 4 mil jovens, artistas, intelectuais e populares contra a fixação de uma placa em homenagem ao marechal Floriano Peixoto e contra a ditadura, que já durava 15 anos. O pedestal foi quebrado, a placa incendiada, arrastada e atirada contra a porta do Palácio Cruz e Sousa – na época, sede do governo. O aumento dos combustíveis, as vítimas de Anhatomirim, os protestos dos estudantes, todos esses fatores provocaram a grande manifestação. Neste ato o ex-presidente da UCE, Adolfo Luiz Dias foi preso com mais seis estudantes.
Na década de 90, a UCE voltou a mobilizar os estudantes pedindo o impeachment do então presidente da república Fernando Collor. Nesse momento os estudantes pintaram os rostos e ocuparam as ruas e, assim, ficaram conhecidos por todo Brasil como os “Caras-pintadas”. Durante os oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso, a UCE foi protagonista na luta contra o desmantelamento da universidade pública e contra a privatização do ensino.
Neste ano, em que esta entidade sexagenária completa mais um ano de vida e de lutas, Santa Catarina e o Brasil vivem um momento muito diferente, para não falar o melhor desses 60 anos. Além de vivermos melhor, estamos num país democrático de direito, em que gozamos da liberdade de organização e de expressão. Muitos foram os avanços educacionais alcançados nos últimos anos, mas isso não significa que a UCE ficará acomodada. Nem com perseguição, com a ilegalidade, muito menos com a ameaça de prisão iminente e as práticas de tortura na Ditadura Militar a UCE se eximiu de seu papel. Sempre que os estudantes e o povo catarinense precisarem, lá estará a nossa entidade, a União Catarinense dos Estudantes! Em pé, pronta pra luta!
Sinto extrema alegria e estou imensamente honrado por presidir esta entidade que tanto conquistou em sua trajetória de lutas e conquistas. Quero escrever também mais algumas páginas no livro da história da UCE, contendo vitórias, alegrias e avanços que contemplem os estudantes, a sociedade catarinense, e um Brasil soberano, mais justo e igualitário.
UCE, há 60 anos em defesa dos estudantes e do povo catarinense!
Vander Rodermel é presidente da União Catarinense dos Estudantes (UCE).
Hoje, passados 60 anos, muitas foram as conquistas na trajetória em defesa dos direitos dos estudantes e do povo catarinense. A UCE, já em 1964, teve sua primeira perseguição política, quando o então presidente da entidade, o acadêmico de direito Rogério Queiróz, foi retirado da presidência pela Ditadura Militar. Neste período, o jornal “Reforma” da UCE circulava entre os acadêmicos no estado para organizar a resistência aos golpistas.
Em 1979, quando o presidente do Brasil, general Figueiredo, visitou a capital catarinense, a entidade foi protagonista na mobilização de mais de 4 mil jovens, artistas, intelectuais e populares contra a fixação de uma placa em homenagem ao marechal Floriano Peixoto e contra a ditadura, que já durava 15 anos. O pedestal foi quebrado, a placa incendiada, arrastada e atirada contra a porta do Palácio Cruz e Sousa – na época, sede do governo. O aumento dos combustíveis, as vítimas de Anhatomirim, os protestos dos estudantes, todos esses fatores provocaram a grande manifestação. Neste ato o ex-presidente da UCE, Adolfo Luiz Dias foi preso com mais seis estudantes.
Na década de 90, a UCE voltou a mobilizar os estudantes pedindo o impeachment do então presidente da república Fernando Collor. Nesse momento os estudantes pintaram os rostos e ocuparam as ruas e, assim, ficaram conhecidos por todo Brasil como os “Caras-pintadas”. Durante os oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso, a UCE foi protagonista na luta contra o desmantelamento da universidade pública e contra a privatização do ensino.
Neste ano, em que esta entidade sexagenária completa mais um ano de vida e de lutas, Santa Catarina e o Brasil vivem um momento muito diferente, para não falar o melhor desses 60 anos. Além de vivermos melhor, estamos num país democrático de direito, em que gozamos da liberdade de organização e de expressão. Muitos foram os avanços educacionais alcançados nos últimos anos, mas isso não significa que a UCE ficará acomodada. Nem com perseguição, com a ilegalidade, muito menos com a ameaça de prisão iminente e as práticas de tortura na Ditadura Militar a UCE se eximiu de seu papel. Sempre que os estudantes e o povo catarinense precisarem, lá estará a nossa entidade, a União Catarinense dos Estudantes! Em pé, pronta pra luta!
Sinto extrema alegria e estou imensamente honrado por presidir esta entidade que tanto conquistou em sua trajetória de lutas e conquistas. Quero escrever também mais algumas páginas no livro da história da UCE, contendo vitórias, alegrias e avanços que contemplem os estudantes, a sociedade catarinense, e um Brasil soberano, mais justo e igualitário.
UCE, há 60 anos em defesa dos estudantes e do povo catarinense!
Vander Rodermel é presidente da União Catarinense dos Estudantes (UCE).
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